HIGHLIGHTS Fórum Paulista: horizonte firme e ações factíveis para engajamento do paciente

 10/07/2023

Quais são os desafios relacionados à inclusão de pacientes e usuários em geral do sistema de saúde em todas as fases envolvidas no seu cuidado? Quais os objetivos das instituições com essa participação efetiva do cliente, como mudar processos e como gerir resultados? Esses e muitos outros pontos foram abordados pelos especialistas presentes no Fórum Paulista de Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente SOBRASP/Hospital Alemão Oswaldo Cruz, realizado no final de junho no auditório de eventos técnico-científicos do Hospital com o tema Novas perspectivas de Qualidade e Segurança nos serviços de saúde: A hora e vez dos pacientes.

O presidente da SOBRASP e coordenador executivo do Proqualis/Fiocruz, Victor Grabois, e o diretor-executivo médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Ícaro Boszczowski, celebraram a primeira parceria entre as duas instituições e deram as boas-vindas ao público na cerimônia de abertura. Dirigindo-se a uma plateia repleta de profissionais de saúde e players da saúde da região Sudeste, especialmente do Estado de São Paulo, Grabois também destacou o Fórum como um importante passo para a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente ampliar sua atuação nas diversas regiões do país.

A primeira conferência Desafio global OMS: engajamento do paciente para uma assistência segura foi ministrada pelo diretor de projetos da Organização Panamericana de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), Júlio Pedroza. “Ele apresentou destaques do Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021–2030 da OMS com foco no engajamento do paciente, de forma a ajudar os serviços de saúde representados na plateia a implantarem ações que incluam a voz e a visão de pacientes e de familiares na construção de uma assistência de maior valor aos seus usuários”, segundo a gerente de Qualidade, Segurança do Paciente e Desfechos Clínicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e vice-presidente da SOBRASP, Paola Andreoli.

O letramento como direito do paciente, a preparação de uma estrutura (soluções em tecnologia, por exemplo) para que esse processo ocorra, e o desejo legítimo das instituições de incluir as pessoas, entendendo que apenas distribuir informação não basta - foram as tônicas do primeiro talk show do fórum, com Felipe Reis (Folks), Marina de Neiva Borba (CEPEDISA/USP e Observatório de Direitos dos Pacientes) e Virginia Visconde Brasil (REBRALS/UFG). Além disso, destacou-se a importância do letramento do paciente devido à sua relação com fatores como a capacidade de autogerenciamento, a melhoria da comunicação profissionais de saúde-paciente, adesão ao tratamento e o empoderamento do paciente.

Já na mesa redonda A nova gestão para a área da saúde: qualidade de todo o sistema, Teresinha Covas Lisboa (TCL/Associação Brasileira de Administração), Márcia Makdisse (Academia VBHC - Value-Based Health Care) e Fernando da Silva Faraco (IHI no Brasil) trouxeram pontos relevantes como a necessidade de habilitar os pacientes previamente para participação em projetos de melhoria; o uso de metodologias e novas estratégias como condição para que o sistema de saúde consiga contemplar a inclusão do paciente e do usuário de saúde; e a substituição do foco exclusivo em adesão aos processos e normas pela avaliação do que traz valor na visão do paciente.

Fernanda Fuscaldi (OS CEJAM), Juliana Amaral (Hospital Alemão Oswaldo Cruz), Iohana Salla (Laços Saúde) e Sandra Baltieri (Grupo Santa Joana), por sua vez, trouxeram exemplos de como incluir os pacientes e seus familiares no centro das decisões sobre o desenho da assistência, entre eles: um conselho consultivo que conte com pacientes e familiares para discutir caminhos para a instituição, melhorias de seus processos internos; o amadurecimento cultural da Experiência do Paciente/cuidado centrado na pessoa, baseado em comunicação e relações empáticas; e uma jornada de paciente que passa pela construção de redes informais de apoio, principalmente entre os que já estão em casa, com ou sem tratamento de home care. As palestrantes abordaram a jornada do paciente na Assistência Primária à Saúde - APS; na Assistência hospitalar; no Atendimento domiciliar; e na Atenção materno-infantil.

No painel A força da governança para a sustentabilidade de um sistema de saúde seguro e confiável, Fernando Torelly (HCor) e José Marcelo A. de Oliveira (Hospital Alemão Oswaldo Cruz) ressaltaram que as decisões sobre qualidade e segurança nas instituições de saúde precisam ser levadas ao mais alto nível da gestão - conselhos diretivos e CEOs -, para que estes possam garantir a perenidade das ações; sem esse envolvimento e apoio diretos, o sistema de qualidade e segurança torna-se insustentável e apenas reage aos eventos. A importância de parcerias com entidades como a SOBRASP também foi pauta do painel.

Entre os principais pontos abordados em A jornada do usuário e linhas de cuidado: essas novas perspectivas trazem mais qualidade aos serviços de saúde? , por Lucas Zambon (IBSP/São Camilo), Claudia Lang (UFMS/Ebserh), Victor Piana (A.C.Camargo) e Eno Dias (Hospital Alemão Oswaldo Cruz), está o reconhecimento de que os norteadores das linhas de cuidado são a segurança do paciente como eixo central, as redes de cuidado voltadas para valor, o desfecho clínico como horizonte necessário, e o apoio ao autocuidado e participação do paciente. Os convidados também debateram sobre o papel essencial de linhas de cuidado, especialmente para determinadas condições de saúde e tratamentos. Elas organizam a assistência e dão mais previsibilidade, ao permitir avaliar demandas e processos apropriados para casos que requerem melhores resultados. A importância de analisar necessidades de cada ponto de contato do paciente “fora do piloto automático”, para que se consiga o engajamento desejado do paciente e do familiar, foi outra questão discutida no talk show.

Por fim, na conferência de encerramento que teve como tema A década do envelhecimento saudável nas Américas, Lucas Guimarães (Unifesp/EPM) alertou sobre a urgência de soluções em saúde que possibilitem à população aproveitar o envelhecimento o máximo possível, do ponto de vista produtivo. Segundo ele, esperar envelhecer para começar a pensar em envelhecimento saudável é um equívoco individual que pode trazer muitas consequências ruins para cada pessoa, e é o que está acontecendo com o sistema de saúde brasileiro, já bastante atrasado na definição de diretrizes nesta área.

Esperamos que todos tenham saído do fórum com bons exemplos e casos de sucesso em mente, e que tenham despertado não só a curiosidade, mas, principalmente, a vontade de levar e adaptar em suas instituições. As soluções, conceitos e proposições apresentadas pelos palestrantes indicam para onde os serviços de saúde deverão caminhar nos próximos anos. "É o horizonte para o qual temos que olhar para fazer a diferença em busca de um cuidado mais significativo, na visão de pacientes e familiares, mantendo-o seguro e com qualidade”, completa Paola Andreoli.

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